Feira do Troca vai voltar ao local de origem

Feira do Troca vai voltar ao local de origem

Para que isso aconteça, algumas melhorias precisarão ser feitas até 24 de setembroRobson Meriéverton
Depois de um período de incertezas a respeito da permanência da Feira do Troca no espaço onde era realizada, próximo ao Mercado de Farinha, comerciantes, prefeitura e Ministério Público chegaram a um acordo. Para que a feira volte ao local de origem, segundo decisão do promotor Paulo Augusto, algumas melhorias quanto à infraestrutura e segurança terão de ser feitas até o dia 24 de setembro.

A discussão se arrasta desde maio, quando os comerciantes do local foram obrigados a montar seus bancos num estacionamento que fica atrás do Sesc. De lá para cá, muitas reclamações referentes à infraestrutura e à baixa movimentação passaram a fazer parte do dia a dia dos feirantes. “Fomos jogados aqui de qualquer jeito. Não temos estrutura adequada para guardar nossas mercadorias. Por conta disso, todos os dias, tenho de levar e trazer minhas mercadorias com medo de ser roubado”, afirma Nadelson Soares, que comercializa no Troca há 15 anos.

Com praticamente as mesmas reclamações, a também feirante Maria Josilene diz que as despesas que todos estão tendo com o aluguel de outras barracas não compensam. “Viemos para cá sem nenhuma resistência. Nos jogaram aqui e não ofereceram nenhum tipo de estrutura. Aluguei um banco por R$ 300 e a movimentação caiu bastante”. Sobre a frequência de compradores, muitos afirmam que caiu mais de 60%. “Precisamos de uma providência rápida. Não podemos continuar tendo prejuízo”, acrescenta a comerciante Eliane de Lourdes.

Já a realidade de Dilva Lins, de 68 anos, é bem diferente. Com a transferência da Feira do Troca para as imediações do Sesc, ela não tem mais condições de transportar as mercadorias. “Desde que saímos do antigo local, minha mercadoria está toda guardada no Bloco C da prefeitura. Não tenho condições de trazer para cá. Por isso, estou sem trabalhar”, comenta. A segurança também é precária, como conta José Roberto, um dos mais antigos feirantes no local. “Não temos como deixar nossas mercadorias por lá. Os que arriscaram já foram roubados”.

Ciente da insatisfação dos comerciantes, a Prefeitura de Caruaru, por meio do Departamento de Feiras e Mercados, já começou a se movimentar para cumprir o prazo do Ministério Público. “Na reunião que tivemos na semana passada, os feirantes apresentaram modelos para que fossem confeccionadas novas barracas. Na quinta-feira (25), o encontro com os feirantes foi para avaliar os custos e definir o que seria feito daqui para frente”, explica o diretor do departamento, Jonas Ribeiro.

Em relação aos custos para construção desses bancos, os próprios feirantes orçaram o modelo em R$ 2.200. Porém, a preocupação agora é saber quem vai pagar a conta. “Ninguém tem condição de pagar, sobretudo aqueles que possuem mais de um banco. No meu caso, tenho cinco. Baseado nesse orçamento, teria de desembolsar mais de R$ 10 mil”, contabiliza Nadelson. De acordo com Jonas, foram lançadas algumas propostas para solucionar o caso. Uma delas foi adequar o financiamento do equipamento aos impostos que eles já pagavam. Outra solução seria recorrer ao financiamento do BNDES.

Na reunião também foi definido que o local deve passar por uma grande reestruturação, a fim de proporcionar mais segurança para os feirantes e compradores.

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